A alimentação natural traz muitos benefícios para cães e gatos, mas ela precisa ser realmente completa e balanceada. Caso contrário, pode trazer sérios riscos aos cães e gatos que a consomem.
Na maioria das vezes os tutores se dão conta que seus cães estão comendo sempre o mesmo alimento e resolvem , inocentemente, recorrer à internet para buscar alternativas.
É aí que mora o perigo! Um estudo realizado em 2017 [1] analisou 106 dietas disponíveis na internet, encontradas através de sites de busca, livros e artigos publicados por veterinários, todos em português.
[Duas dessas dietas eram indicadas pelos "formuladores" tanto para cães quanto para gatos! (HEIN ?) São espécies diferentes com necessidades distintas!]
Bem, os pesquisadores usaram um software para a análise dos dados que traduz as quantidades utilizadas dos ingredientes em níveis de garantia e de enriquecimento, os quais foram comparados com os parâmetros internacionais utilizados para formulação de alimentos para cães e gatos [2]. Foram avaliados 35 nutrientes e abaixo estão listados alguns dos resultados encontrados:
muitas dietas não indicavam exatamente a quantidade de cada ingrediente;
58 dietas não incluíam suplementação;
das 17 que sugeriram suplementação, 15 não especificaram qual produto utilizar;
11 receitas continham ingredientes potencialmente tóxicos como cebola ou alho;
71,3% das dietas não informaram a quantidade a ser oferecida ao pet;
16,7% informava uma quantidade por porte ou raça, sem considerar peso, nível de atividade ou outros fatores;
APENAS 2 receitas indicavam o cálculo da necessidade energética conforme o NRC [3] para estabelecer a quantidade ideal de alimentação diária;
NENHUMA dieta foi considerada COMPLETA e BALANCEADA, algumas com 0% das necessidades diárias recomendadas em vários nutrientes.
Com o tempo, as dietas estudadas devem ocasionar uma série de desequilíbrios nutricionais, comprometendo a saúde e longevidade dos pets. É importante ressaltar que os sinais clínicos associados às deficiências nutricionais podem levar meses ou até anos para serem identificados, o que torna esse problema mais grave.
Dentre as principais doenças que os pets podem desenvolver, estão:
osteodistrofias;
doenças de pele;
pansteatite;
anemia;
hipoproteinemia;
cardiopatias;
nefropatias;
deficiências imunológicas.
Outra situação a ser considerada é a de tutores que buscam a orientação correta com veterinários nutrólogos, mas fazem alterações a revelia, como mostrou o estudo realizado na UNESP [4], onde foram avaliados 59 tutores que alimentaram seus cães com dietas caseiras devidamente prescritas. Os tutores foram orientados sobre a importância nutricional de cada ingrediente, inclusive tiveram instruções detalhadas sobre sobre o preparo das dietas. Eis alguns resultados:
30,4% dos tutores admitiram modificar a dieta prescrita conforme as preferências do pet;
apenas 15,2% usaram balança para produção das dietas, enquanto 47,8% fizeram uso de medidores e 36,9% definiram as quantidades empiricamente;
50% alteraram a quantidade de proteína, carboidrato ou hortaliças de acordo com o que acham correto;
mais de 50% restringiram ou omitiram sal ou óleo;
em relação à suplementação, 28,3% admitiram a omissão e 6,5% que usaram quantidades empíricas.
E quem é prejudicado com isso?
Os tutores são responsáveis pela saúde e bem estar dos seus pets e dietas desbalanceadas e/ou incompletas certamente trarão problemas que poderão ser dolorosos e causar sofrimento aos pets. Certamente nenhum tutor age assim por mal, mas não deixa de ser uma irresponsabilidade.
O problema é maior ainda em se tratando de filhotes. Na fase de crescimento a alimentação é importantíssima! A deficiência de nutrientes nessa etapa pode causar danos irreversíveis, podendo levar o cão ou gato a sofrerem durante toda sua vida em função desses danos e gerando inclusive, muito mais gastos com tratamentos.
Então, o que é melhor?
Fazer uso de alimentação natural é ótimo, desde que ela seja formulada e produzida corretamente. Se o tutor não se empenhar em obter uma dieta adequadamente prescrita e não fizer da forma correta, talvez não seja o caso de oferecer alimentação natural. Enganam-se os tutores que acreditam que fazer um um bifinho na chapa ou um guisado com arroz e cenoura sem sal e sem óleo seja uma boa forma de alimentar seus peludinhos. Deve-se considerar, nesses casos, repensar a alimentação ou procurar uma empresa especializada em produzir dietas completas e balanceadas.
Nós da PetPapá temos alimentações completas e balanceadas, formuladas pela nossa nutri, a Dra Manuela Fischer, utilizando o mesmo software usado no estudo [1], que garantem todos os nutrientes internacionalmente recomendados para cada espécie. Nós calculamos a quantidade correta para cada pet, considerando diversos fatores, não somente a raça ou o porte. Além disso, a produção é realizada com todo cuidado e carinho, respeitando as boas práticas de fabricação. Aí sim!
Saiba mais sobre nossas opções de dietas através do nosso email: petpapa@petpapa.com.br.
REFERÊNCIAS:
(Disponíveis para download no nosso site: https://www.petpapa.com.br/artigos-sobre-nutricao)
[1] Pedrinelli V, Gomes, M, Carcio A (2017) Analysis of recipes of home-prepared diets for dogs and cats published in Portuguese. Journal of Nutritional Science, 6, e33, page 1 of 5.
[2] Fédération Européenne de L ’ industrie des Aliments Pour Animaux Familiers (2014) Nutritional Guidelines for Complete and Complementary Pet Food for Cats and Dogs. Brussels: FEDIAF.
[3] National Research Council (2006) Nutrient Requirements of Dogs and Cats. Washington, DC: National Academies Press.
[4] Oliveira M, Brunetto M, Silva F, et al. (2014) Evaluation of the owner’s perception in the use of homemade diets for the nutritional management of dogs. Journal of Nutritional Science, 3, e23, page 1 of 5.
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